segunda-feira, 28 de junho de 2010

Andava tanto tempo sumido sem dar notícias...
Um vulto rápido na imensidão da parede branca.
Agarrei-te como uma criança agarra a sombra de Petter Pan.
Seu opostos apostaram na minha disponibilidade
E eu inocente
Me vi detido nas grades do seu seu nome
Que vaga ecoando na minha cabeça.
O prazer que sinto de novo
Não é nada menos que a felicidade de achar compatibilidade.
Ja era tarde para o acaso. Enfim, chegou.
Amar é surpresa!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Do papel em branco poetas fazem parir poesias.
Escrevo por não saber o que fazer, assumindo, talvez, a inutilidade de tantos pensamentos frios e calculadamente engenhados por um escravo da dúvida.
Andar entre tantos rostos conhecidos e não me reconhecer em nenhum
Foi o jeito que arranjei de me refugiar de mim.
Fiz de meu diário um caleidoscópio tipográfico.
Tantos ruídos de passos.
Tantos sorrisos impensados.
Conheço mais a eles do que a mim.
Escreveria uma tese sobre eles mas não consigo terminar a primeira frase de minha biografia.
De que adianta tanto ponderamento, crítica, questionamento,se meus ativismos só satisfazem a mim?
Toda arte é feita para quem a está esperando pra ver.
Não há sem quem não a veja.

Começo a duvidar das minhas lentes,  com a justificativa rigorosa de querer ser criador e criatura ao mesmo tempo. Criador e obra.


domingo, 13 de junho de 2010

Nutrimos uma certeza de que somos tal que
Talvez não tenhamos a duvida do que somos.
Merecemos o que queremos
Só,
e só,
Pelo fato de querermos.
Não há merecimento em certezas de ser
Ou desmerecimentos na falta de dúvidas de não saber se é
Só há o fato de querermos
com todos os poros de nosso corpo.
E por querermos com tanta vontade,
merecemos, por tamanha coragem de querer
num mundo no qual ter é o primeiro passo pra perder.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Beaticamente falando"

"Alguma coisa a gente tem que amar,
Alguma coisa tem que ser nossa por completo."
E quando a nossa completa ignorância diante da certeza
de nunca ter nada por inteiro
aparecer diante de nós envolto em lençóis brancos e azuis
levitando,
cantando em coro,
talvez tenhamos, pelo menos, certeza de que antes
não havia nada que nos convencesse do contrário.
Agora a dúvida.