sábado, 30 de janeiro de 2010

Dez anos

Cada geração.
Uma heroína. É, a droga.
Quem prova pela primeira vez, sente a melhor onda do mundo.
Cada geração mostra-se como um furo no próprio corpo
Penetra em seu sangue, esquenta-o, e torna o indivíduo
Capaz de mudar o mundo
De transformar o futuro em nostalgia.
Há quem sofra pelo que não viveu
Há quem sofra pelo que optou por não viver
Há quem diga que tudo é bobagem.
Mas daqui a dez anos essa não será mais sua geração
Ela acaba em dez anos
Só dez
O prelúdio do futuro é a sua geração
Quem passa por ela sem se tocar que seu primeiro maior momento foi embora
Vive esperando morrer
Quem na sua geração foi chamado de futuro
Saiu de casa, foi pra rua e mostrou-se dono de seu momento
Depois de 10 anos fica velho
Vê outra geração tentar se mostrar
Ja não é mais a dele
Sua chance de ser "a geração" ja passou.

Um usuário de heroína
Continua usando sua droga porque busca em todas as vezes
Sentir o mesmo prazer inenarrável da primeira vez
Do seu momento
O momento mais mágico
A melhor onda que pode-se ter
A busca pela perfeição da primeira vez

Quem passa pela sua geração assistindo-a
Vira espectador da própria vida
Quem passa vivendo-a
Vira para sempre a própria
O momento mágico
A melhor onda...

Não espere sua geração chegar...
Ela não dura mais de dez anos.
Ela ja chegou.
Ela é agora.
2010-2020.
A geração das olimpíadas
A copa
A decolada do Brasil
A geração do fim do mundo.
Tomara que não a ultima geração.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um terremoto em terra oca.

  Ontem em bateu uma saudade de amigos que eu não via a muito tempo. Sabia onde encontrá-los. No local estava tendo um show de pagode: o que ultimamente não parece surpresa pra ninguém que mora em Niterói/RJ. Fiquei lá fora até 1h30, quase 2h00 da manhã. Resolvi entrar e tomar uma cerveja, conversar com eles e dizer como o preço da entrada estava caro para "fazer a mesma coisa que todos os dias se tem pra fazer nessa cidade". Eis que me surge, logo após o show, um outro show (que eu ja sabia que ia ter) mas que não me tirava a curiosidade dos olhos. Queira saber o que ia acontecer num espaço que a 3 dias atrás recebia-nos para falar poesia, tocar músicas lindas e fazer algo que poucas vezes se vê pelo Rio de Janeiro.
  Encostado na grade fumando um cigarro, do lado de fora ainda, meu amigo vira e chega perto como quem vai contar um segredo. Algo que à distância parecia ser algo importante a ser dito. "Eu bolo como "..." está ficando forte." Eu olho e vejo outro amigo,  visivelmente mais baixo que eu (a considerar que eu tenho 1,87) de boné branco e camisa um pouco mais larga do que seu tamanho pediria. Ele não era "forte". Nem chegava perto disso. Percebi que ele estava querendo dizer o contrário. Percebi que o que importava para ele naquela hora, do lado de dentro do estabelecimento (e eu fora), fumando um cigarro igual o meu, ouviu as mesmas professoras falarem besteiras (ou não) quando criança, como eu, era se o nosso amigo do lado estava ou não musculoso, ou pelo menos perto disso. Nada no mundo era mais interessante do que isso.
  Entrei na esperança de ver algo novo, ou algo que pelo menos me desse esperança de que alguma coisa naquela noite seria mais interessante para pessoas alheias a mim e não ser "pegar alguma cachorra dessas" ou se "o cara do lado é mais forte do que eu" (sem é claro transparecer essa preocupação). Ou se "o cara que está chegando na "sua mulher" não vai pegá-la porque nó próximo segundo que ele descuidar eu entro e digo que a levo pra casa de carro".
  Começou o show. O problema é que aquelas pessoas que não tinham nada mais importante no mundo para pensar (e não precisa ir para algum lugar que se inspire pensamentos diferentes, quando se exercita-os e coloca-os em prática em qualquer lugar. O charme de hoje em dia é o que diferencia da maioria: saber conversar.) tiveram sua atenção na abertura do show voltada para as primeiras frases ditas pelo cantor.
  Coisas como "mulher gosta de dinheiro porraaaaaa!", "mulher de verdade gosta mesmo é de piroca" e por ai vai... Sobem mulheres gostosonas (e a essa altura eu já não sei se elas são realmente só porque tem uma bunda enorme) e começam a dançar ao ritmo da música enquanto o cantor dá tapinhas em suas bundas.        Parecem marionetes voluntárias. Ficam ouvindo serem tratadas como se estivessem sendo descritas por porcos ancestrais de 500 anos atrás ou mais. Dançam ao ritmo da ridicularização do ser mulher. Tratam-na como se fossem brinquedos sexuais dispostas em fila para dar um show de unitilidade sexual.
  Existem várias maneiras de se interpretar e usar palavras para descrever alguma coisa. "Putaria" não é a melhor para se definir um tipo de sacanagem que jovens gostam de fazer. Além do mais, de tanto ouvir, estes jovens acabam fazendo realmente putaria o invés de uma "sacanagem sadia". Parece estranho falar assim.
  Mas creio que começa pelo respeito a mulher. Ela não está ali porque serve para "bagunçar" "exculhambar" gozar e pronto. Ela está ali porque quer primeiramente. Fazendo qualquer tipo de coisa com alguém porque quer (talvez aquela coisa, que os caras "ocos" em volta dela, tem entre as pernas só sirva para satisfazer as brincadeiras que ela mesma quer naquele momento). Talvez se as mulheres fossem cantadas com mais respeito, sem mexer na cultura da música, do ritmo, da dança mas colocando mais poesia, mais melodia, mais coisas bonitas para se ouvir, o comportamento seria diferente.
  Eu dançava isso. Saber dançar, ter ginga, rebolar é uma característica dos povos latinos, dos brasileiros mais especificamente, e muito valorizada tanto no exterior tanto para homens quanto para mulheres. As maneiras criadas para de aperfeiçoar isso são muitas. Mas ultimamente, como disse Jorge Ben Jor, dança e ritmo não são o suficiente e eu particularmente não considero mais o que era antes. Voltando ao assunto:
  Ontem eu ali parado, eu que sempre dancei bem até por sinal, sentia como se não conseguisse nem mais soltar o quadril ou mexer a perna. Era como se eu sem perceber tivesse me recusado a dançar ditado por uma letra que leva a mulher até o pior dos patamares sociais, sexuais, culturais e faz com o sexo a mesma coisa. não estou querendo pregar nenhum tio de pureza ou santidade. Mas sou a favor de saber a sutileza das coisas. Saber se expressar, tranformar em letra, em música.
  O show acabou e a quantidade de coisas ditas, em palavras, vomitadas que eu ouvi podiam muito bem se encaixar em uma única música de 5 minutos, ou seja... Acabou e pairava uma sensação de que nada de interessante tinha acontecido e tudo que tinha acontecido só serviu para deixar mais "animais" os "animais" que ali pagaram, entraram, beberam, olharam para as mulherem como uma leoa caçando um gnu, e não pensaram nem conversaram sobre nada realmente interessante (pelo menos até onde eu ouvi).

  O estabelecimento foi se evaziando até fechar. Mais de 10 pessoas subiram naquele palco. Em nenhum momento, das 22h00 às 5h00 nenhumas dessas mais de 10 pessoas que tinham em suas mãos um microfone conseguiu se quer lembrar e lembrar aos outros que os assistiam que enquanto eles estavam fazendo aquilo, tinham outras pessoas morrendo por não fazê-las. Um pensamento simples que não exige muito esforço mental nem questões filosóficas no interior dos pensamentos para se ter uma boa conversa. Todos os dias os jornais e o mundo nos lembra o que está havendo lá. Mas nenhum deles conseguiu seque tocar no assunto ou dar as informações necessárias para se doar 10 reais. Preço de 3 cervejas que eles beberam para ficarem "doidões" e pegar alguém (estratégia infelizmente falha em 80% das tentativas). 
  
  A caminho (caminho da maioria dos que estavam lá por sinal) está a Heitoria da UFF. Na entrada dela, pendurada na grade existe um cartaz bem grande dizendo que lá se aceita doações para o Haiti. Quem não quiser doar dinheiro doe água e comida lá.






Doações para a Embaixada da República do Haiti:
Nome: Embaixada da República do Haiti
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
CC: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71

Doações para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV):
Nome: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Banco: HSBC
Agência: 1276
CC: 14526-84
CNPJ: 04359688/0001-51

 O Viva Rio, que está desde 2004 no Haiti, onde desenvolve projetos sociais ligados às áreas de segurança, desenvolvimento e meio ambiente, também abriu uma conta para quem quer fazer doações às vítimas do terremoto:
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1769-8
CC: 5113-6
CNPJ: 00343941/0001-28
A ONG Action Aid criou um site e disponibilizou o telefone 0300-7898525 para doações em dinheiro para as vítimas do terremoto.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Prelúdio da saudade

Num novo e singelo olhar revela-se a alma
Bonita e calma
Como o beijo doce de uma mulher

A chuva serena cai gota por gota
Molha a boca
Do bem que me quer

E de nada adianta esperar em casa
Se o vento frio que entra pela janela
Não trás a brisa fresca
Do perfume dela

Meus olhos cansados não vêem mais nada além
De teus abraços partidos
Nossos momentos vividos
Como se o amanhã fosse nos separar

E o chorar ja não passa
De um prelúdio da saudade
Que eu sentirei enquanto a minha saudade durar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

É fácil se você tentar

Alguém ja percebeu como a Era de Aquário tem a ver com a música "Imagine" de John Lennon?
Não?
Dizem que nós Brasileiros temos uma responsabilidade enorme em relação a isso. Nos próximos 10 anos seremos os que caminharemos junto com uma nova perspectiva de vida. Procure entender porque há tanto desejo pela era de aquário, e verá que desejos desse tipo só precisam de iniciativa (e essa iniciativa não precisa de patrocínio nem permissão do governo).
Imaginem.
Sintam a energia dos desejos em comum. Ponham em prática da melhor maneira possível.
Imaginem.
Todas as pessoas.
Ouvi falar muito de grupos que puseram em prática o melhor que podiam da Era Aquariana. Gostaria de saber porque envelheceram e a nova geração deixou o momento envelhecer com eles...
Talvez você fale que eu sou um sonhador.
Mas eu AINDA não sou o único.

Boa noite.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Casa comigo depois do Carnaval

 Carnaval. Sinônimo de... Pegação. Não, não era assim.
 Não era para ser assim. Amores mal resolvidos, amores desejados e nunca tidos, amores idealizados numa realidade inalcançada, um desejo de estar com alguém, só com alguém, e curtir esse só alguém. Desejos assim, desejados por pessoas que não passam do desejo, como se esperassem por uma fada madrinha. O carnaval virou a "fada madrinha às avessas" onde pessoas que esperam um dia encontrar alguém (é, é a melhor maneira de explicar) tentam realizar seus desejos da maneira mais contrária possível.
 O carnaval dentre outros eventos, dias, períodos foi escolhido para se fazer tudo que não é permitido fazer por aí pelas próprias cabeças alucinadas que cantam o hino da moralidade e decência cotidiana. Nada contra, eu ja fiz. Mas percebi que muito mais pessoas do que parece na verdade entram na onda do carnaval e matam sua sede de ter um romance ou qualquer coisa do gênero fazendo o oposto. A quantidade de pessoas que eu ja ouvi falarem "depois do carnaval eu tô querendo sossegar, acho que vou começar a namorar" comprova isso. Não é assim que funciona, e porque só depois do carnaval? Será a melhor maneira de escapar, de se esconder em seus sentimentos? Pulem carnaval, "peguem" algumas pessoas, mas enquanto isso pensem se esse não pode ser o seu caso também.




A melhor cama do mundo
Tô esperando você
O "pra que" a gente resolve depois
Segredos de nós dois

Como é que bate palmas
Para o nosso delírio carnal?
Palhaços fazendo malabares
Com confetes
Amor em dias de carnaval

A fantasia tirada da gaveta
Volta às ruas
Esconde os rostos e mostra sonhos mal realizados

Blocos de desejos perdidos em goles de solidão
Uma solidão cercada de folia
Foliões que tiram as máscaras depois da quarta de cinzas
E guardam prantos na gaveta para o ano que vem
Verão.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Laranja e Amarelo

Do que realmente importa

Só se ouve o eco.

Um lamento de fadas à beira do precipício.

O vale testemunho

Veste luto

Laranja e amarelo escuro. Apagado

Morrendo do outro lado da montanha

Enquanto desse lado

Choram fadas caindo até o fim

E do seu baque no chão

O eco. Permanece eterno em mim

Para quem quiser ouvir

Para quem já não acredita mais em fadas...

Para quem quiser chorar

E ainda quiser acreditar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Não cabe mais a mim

Não cabe mais a mim
Ja vejo beleza das coisas
Assim

O sol ja bronzeou o céu
E ilumina os verdes olhos de cor
Com poesias escritas em um papel
Pensamentos sem pudor

Não, Não cabe mais a mim
Concertar seu choro bobo
A vida não é tão ruim assim.

Sim eu estou só
Mas agora eu estou amando
Um amor muito maior
Coração sem dó nem dor

Não cabe mais a mim
Eu não passo mais daqui
Ja não posso mais voltar, amor

Sim eu estou só
É que não cabe mais a mim
Você não percebeu
Mas ja chegou ao fim.

Janelas abertas, por favor.

"Algumas coisas andam muito em falta hoje em dia. Adimiração é uma delas. Sinto falta de ver as pessoas se adimirando, vendo em outras coisas que lhes façam bem, coisas que achem interesantes."

Esqueceram-se de como é sentir prazer.
A rotina de um mundo que parou
Engole o prazer das coisas que brotam
Pulam do asfalto em nossa frente
Como quem quer desesperadamente subir num palco e mostrar que está vivo,
Pegar num microfone e gritar como um alarme
Que desperta uma noite em claro de insônia mal dormida.
Mas eles desviam.
Fingem que não viram e continuam andando
Como se o que atrapalhou seu caminho agora
Fosse mais alguma coisa desinteressante
Coberta da mesma novidade tediante de todo dia.
Ficaram vacinados a qualquer coisa que chame mais atenção do que o que se espera
De alguém que se olha no espelho do armário empoeirado
Com os olhos fechados.
Perderam o gosto de comer com os olhos
De ouvir com o coração
De sentir com a alma
De tocar, de abraçar
Não se sente mais tesão
Não se ama mais com paixão.
Caminhamos para um mundo de pessoas
Que se divertem todos os dias com a mesma coisa
E não possuem mais a coragem de ter coragem.
Encaram como transgressor o que deveria ser contemporâneo
Vêem como revolucionário o que está além da sua percepção limitada sobre si mesmo
Mantêm um sono profundo com a própria consciência
Nos resta pedir a lua
Que ilumine seus dias mal dormidos
E ao sol que aqueça suas noites mal sonhadas
O próximo passo poderá ser um salto. Alto.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lamento

Ah!
Ela não percebe que acabou sem terminar
Sem antes me dar a chance de falar
Que eu não quero ficar sozinho.

Ela não vai mais voltar
Ela vai em direção ao que deixou para trás
Mas não é capaz
De ver o que ficou no caminho.

Partiu sem se despedir
Sem me dar a chance de pedir
Pra ficar mais um pouquinho.

Tudo bem eu lhe perdôo
Ninguém tem culpa de se atropelar na pressa
Amor nenhum entra nessa
Pra terninar em saudade.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Reveilloff

23h40 do dia 31/12/2009.
Um momento de concentração meu à beira d'água.
Tempos antes e tempos depois outras mil pessoas fizeram isso na mesma praia que eu.
Oferendas para Iemanjá.
6h00 do dia 01/01/2010.
Com a pedra do índio como testemunha, meus olhos vislumbraram uma mistura de cores.
O primeiro dia do ano começou com uma pintura no céu que ,pelo que me ocorria naquele momento, poucas pessoas tiveram o privilégio de ver.
Eu estava com alguns amigos que foram se dispersando.
Ficou um só.
Era um privilégio sentir toda a inocência daquele momento.
Era como se tudo no mundo fosse lindo e bom como aquele primeiro sol de 2010 sendo parido de trás dos prédios de Icaraí.
A Baía de Guanabara refletia o que sentíamos sob aquele espetáculo celeste.
Mas a Baía também estava dando um recado. Um recado de Iemanjá.
Garrafas de vinho começaram a pular do fundo do mar e em pouco tempo várias garrafas apareceram. Aos poucos, as oferendas à Raínha das águas salgadas foram voltando às areias.
Potes de Claybom, Trakinas, sacos plásticos do Império da Banha, Um pedaço de um ventilador, etc.
Pensamos: Iemanjá não deve estar querendo fazer um bolo, nem com fome, nem fazendo compras e nem com calor. Talvez as palmas brancas que foram oferecidas e estavam voltando para a areia sejam das mesmas pessoas que também ofereceram os "outros presentes".

Até que ponto Iemanjá está agradecida pela festa que fazem em homenagem a ela, e principalmente em homenagem ao único dia que o ser humano consegue desejar TUDO de bom para os outros?

Como pode o primeiro dia do ano amanhecer entre o céu e o inferno?

Como pode as pessoas depois de toda festa, depois de toda promessa de deixar o ano velho (com suas desgraças é claro) para trás, deixarem também a causa da primeira imagem ruim que vimos, eu e meu amigo, de 2010?

Choramos.. As lágrimas dele caíram no mar e sob o lixo que ali estava. As minhas caíram dentro da minha mente.
Fui pra casa e ele também. O cheiro do lixo azedo avisava ao começo de 2010 que tivesse forças para aguentar até o final. Era como se o mundo estivesse à beira da desgraça: Essa era a cena que eu via e sentia.
Não tinha ninguém na rua.
Percebi então que as pessoas comemoram o fim de 2009 (assim como todos os anos anteriores) mas não comemoram o começo de 2010. O lixo que foi usado por elas a noite não foi visto por elas de manhã.
Por isso elas sentem tanta necessidade de gritar junto com os fogos por um ano melhor. Por isso elas tanto querem expulsar o ano velho quando ele chega ao fim.
Porque o lixo que jogam na vida sem olhar para trás sempre volta a beira d'água para saudá-los no futuro próximo.
Por isso ninguém ficou para ver 2010 amanhecer.
Porque mesmo depois de todas as promessas em plena euforia da meia noite, todas elas sabem que amanhece e continua tudo a mesma coisa. O que elas não sabem é que a culpa é delas.
Mas hoje, eu e meu amigo, vimos muito mais do que o que todo ano parece ser.
As pessoas olham para o céu durante os fogos, e desejam tudo de bom para 2010, mas sabem que de manhã quando olharem para o chão, para a água, não verão um começo de ano agradável... talvez por isso vão para casa antes de amanhecer.
Nós dois resolvemos olhar para o céu primeiro. Antes de vermos as desgraças que foram dadas como presente para o ano que está começando, vimos o presente lindo que nos foi dado pelo céu para o começo da segunda década do século XXI. Um presente que os homens não podem dar. Nem interferir. só copiar, reproduzir. Talvez seja está a meta sempre buscada e nunca alcançada.
O que eu desejo para o ano que começa?
Eu desejo que as pessoas amanheçam nas ruas, olhem para o céu para ver o que a vida tem a nos oferecer, e depois olhem para si e vejam o que precisa ser RECOLHIDO em 2010, antes que chegue 2011.

"Que iemanjá nos perdoe"

Gabriel Bellas,
Obrigado pela manhã maravilhosa de 2010 que você me proporcionou.