Na arrastada noite de primavera
de hoje
passarinhos não cantam mais.
Da janela do meu quarto
mil luzes acesas me provam
que se faz dia a qualquer hora.
Pessoas esperando algo.
Acontecimentos que perderam a hora do trem
e não chegam nunca.
Pessoas aprendendo a conviver
com o tédio
noturno.
Passarinhos dormindo.
Pessoas dormindo
acordadas,
sonhando
acordadas,
acordando
acordadas.
Passarinhos dormindo.
Até o que está preso na minha gaiola
e teima em fingir que não ouve o
barulho do teclado.
Soltei. Na esperança de que ele acorde e voe.
Ele o fez.
Agora espero alguém
pra abrir a porta de casa.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Redenção
"O fundo do mar é o porto de todo naufrágio"
Luizinho Alves
FADE OUT
EXT.MAR - DIA
Um homem se joga do barco.
INT.HOMEM - NOITE
Um mar se joga do homem.
EXT.MAR - DIA
Um barco naufraga.
INT da EXT.FUNDO DO MAR - NOITE/DIA
Omar, frágil embarca.
Pra
onde?
FADE IN
FADE OUT
EXT.MAR - DIA
Um homem se joga do barco.
INT.HOMEM - NOITE
Um mar se joga do homem.
EXT.MAR - DIA
Um barco naufraga.
INT da EXT.FUNDO DO MAR - NOITE/DIA
Omar, frágil embarca.
Pra
onde?
FADE IN
Fé
Em nada acredito
a não ser nas pessoas
São elas que estão vivas
Em nada acredito,
muito menos nas pessoas
São elas que pensam que viver é estar vivo.
Em nada acredito
mas as pessoas
me fazem acreditar na minha descrença.
Em nada continuo não acreditando mesmo assim
já que as pessoas
se fazem desacreditar nelas mesmas.
E assim vivemos num mundo, hoje,
de fantasmas:
ninguém se vê
ninguém se ouve
ninguém se move
ninguém se comove
Em tudo acredito, agora
que vi em mim uma descrença
em mim mesmo.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Metade
À todos que querem ser e acham que só ser é o suficiente.
Ser é muito pouco.
Eu quero rolar no chão descampado das incertezas universais,
quero o rastro que deixo quando dou um passo adiante,
quero lamber a tinta da caneta que me serviu de análise.
Quero as perguntas e não as respostas.
Quero o meu individual.
Quero o meu indivíduo
dual.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO COMO ARMA POLÍTICA
Mais uma do meu Tio Ciro Alves da Silva:
A DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO COMO ARMA POLÍTICA
É curioso como a direita faz política no Brasil. Como uma parte da elite social, é obrigada a ter que participar da vida política, para, pelo menos, poder assegurar e manter alguns dos seus imensos privilégios; e, como não pode, evidentemente, revelar, exteriorizar essas reais intenções para a sociedade, pois seria um suicídio eleitoral na certa. Essa mesma direita, através dos seus representantes, legais e ilegais, composta por toda a sorte de ideólogo, conhecidos como formadores de opinião entre aspas, constituídos por jornalistas, cientistas sociais e outros, devido àquelas REAIS INTENÇÕES, que, como afirmei atrás, se reveladas seria o suicídio eleitoral, fica meio numa sinuca de bico, sem ter O QUÊ apresentar como conteúdo, que tivesse ao menos, uma pálida aparência de um projeto político para o país, um arcabouço, que fosse, de como resolver os enormes desafios e problemas nacionais. Dessa forma, a ausência de um projeto macro político, trás para a campanha da direita uma enorme lacuna, difícil de lidar e difícil de resolver. E como a direita resolve esse dilema? Na verdade, não resolve, ela contorna o problema, ela o tangencia. E como isso é feito? Muito simples, disposta a fazer qualquer coisa, para assegurar, manter e ampliar os seus privilégios, a direita dirige todas as suas baterias, armas e ferramentas, em direção ao seu(s) adversário(s) de ocasião. A primeira arma e em algumas ocasiões, bastante eficaz, é a arma da DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO, que as vezes funciona muito bem, outras nem tanto, depende da conjuntura, e quando funciona costuma causar grandes estragos ao adversário. É o caso, por exemplo, da questão do DESPREPARO DA CANDIDATA Dilma, e outros exemplos, já são tantos na atual campanha. A questão do aborto, é outro exemplo digno de ser citado, porque a di reita plantou essa questão entre os evangélicos e, de certo modo, deu resultado, atingiu os objetivos desejados, já que levou a eleição para o segundo turno. É a tática de plantar um boato maldito contra um adversário, repetí-lo e reproduzí-lo até à exaustão, e depois aguardar os resultados, esperar pra ver, que bicho vai dar. É legítimo dar um nome a essa prática política, não é outra coisa que, TERRORISMO POLÍTICO, ou seja, criar pânico e alarme entre a população, visando determinados objetivos políticos. Sobre a questão do despreparo da candidata Dilma, algum cronista político comenta num artigo de jornal, revista ou entrevista na tv, que a candidata y não é preparada. Em seguida, outro "formador de opinião", citando aquele cronista, repete o mesmo comentário, e assim, a coisa vai fluindo, vai aumentando, adquirindo vida própria, vai atraindo outros atores sociais para aquela posição. E de repente, aquilo cola como etiqueta de preç o em mercadoria de supermercado, passa a fazer parte da personagem, como um carimbo, um clichê, escuta-se o nome daquele personagem, e logo aparece na mente aquela idéia maldita. Bem, o estrago está feito, praticamente não tem mais jeito, porque é como se você levasse o adversário para as cordas do ringue, a ele não resta outra opção, que não seja, ficar na auto-defesa, durante o tempo quase todo, e é aí, que vem o desgaste devastador. Dizem que à essa influência, praticamente ninguém escapa, nem mesmo aqueles, que se consideram conscientes. Isso me faz voltar aos anos trinta da Alemanha nazista, todo mundo alguma vez já deve ter-se feito a pergunta, de como uma população tão educada, com elevado nível cultural, foi cair numa roubada ideológica daquela. Mas talvez seja mesmo verdade, que uma mentira bem contada, e depois repetida muitas vezes, tem grande chance de tornar-se VERDADE, e em algumas ocasiões, em verdade quase absoluta. Como a di reita não tem projeto para o país, a não ser usar desses expedientes políticos da pior qualidade, que é a desqualificação do adversário, ainda resta alguma esperança, ou seja, preparar-se a contento, para o combate, para uma espécie de luta de classes na teoria, e desmascar a direita sempre que possível. Já que não dispomos das armas da crítica que, por princípio, não são convenientes, usemos da crítica das armas. É o que estou tentando, muito modestamente, fazer.
A DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO COMO ARMA POLÍTICA
É curioso como a direita faz política no Brasil. Como uma parte da elite social, é obrigada a ter que participar da vida política, para, pelo menos, poder assegurar e manter alguns dos seus imensos privilégios; e, como não pode, evidentemente, revelar, exteriorizar essas reais intenções para a sociedade, pois seria um suicídio eleitoral na certa. Essa mesma direita, através dos seus representantes, legais e ilegais, composta por toda a sorte de ideólogo, conhecidos como formadores de opinião entre aspas, constituídos por jornalistas, cientistas sociais e outros, devido àquelas REAIS INTENÇÕES, que, como afirmei atrás, se reveladas seria o suicídio eleitoral, fica meio numa sinuca de bico, sem ter O QUÊ apresentar como conteúdo, que tivesse ao menos, uma pálida aparência de um projeto político para o país, um arcabouço, que fosse, de como resolver os enormes desafios e problemas nacionais. Dessa forma, a ausência de um projeto macro político, trás para a campanha da direita uma enorme lacuna, difícil de lidar e difícil de resolver. E como a direita resolve esse dilema? Na verdade, não resolve, ela contorna o problema, ela o tangencia. E como isso é feito? Muito simples, disposta a fazer qualquer coisa, para assegurar, manter e ampliar os seus privilégios, a direita dirige todas as suas baterias, armas e ferramentas, em direção ao seu(s) adversário(s) de ocasião. A primeira arma e em algumas ocasiões, bastante eficaz, é a arma da DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO, que as vezes funciona muito bem, outras nem tanto, depende da conjuntura, e quando funciona costuma causar grandes estragos ao adversário. É o caso, por exemplo, da questão do DESPREPARO DA CANDIDATA Dilma, e outros exemplos, já são tantos na atual campanha. A questão do aborto, é outro exemplo digno de ser citado, porque a di reita plantou essa questão entre os evangélicos e, de certo modo, deu resultado, atingiu os objetivos desejados, já que levou a eleição para o segundo turno. É a tática de plantar um boato maldito contra um adversário, repetí-lo e reproduzí-lo até à exaustão, e depois aguardar os resultados, esperar pra ver, que bicho vai dar. É legítimo dar um nome a essa prática política, não é outra coisa que, TERRORISMO POLÍTICO, ou seja, criar pânico e alarme entre a população, visando determinados objetivos políticos. Sobre a questão do despreparo da candidata Dilma, algum cronista político comenta num artigo de jornal, revista ou entrevista na tv, que a candidata y não é preparada. Em seguida, outro "formador de opinião", citando aquele cronista, repete o mesmo comentário, e assim, a coisa vai fluindo, vai aumentando, adquirindo vida própria, vai atraindo outros atores sociais para aquela posição. E de repente, aquilo cola como etiqueta de preç o em mercadoria de supermercado, passa a fazer parte da personagem, como um carimbo, um clichê, escuta-se o nome daquele personagem, e logo aparece na mente aquela idéia maldita. Bem, o estrago está feito, praticamente não tem mais jeito, porque é como se você levasse o adversário para as cordas do ringue, a ele não resta outra opção, que não seja, ficar na auto-defesa, durante o tempo quase todo, e é aí, que vem o desgaste devastador. Dizem que à essa influência, praticamente ninguém escapa, nem mesmo aqueles, que se consideram conscientes. Isso me faz voltar aos anos trinta da Alemanha nazista, todo mundo alguma vez já deve ter-se feito a pergunta, de como uma população tão educada, com elevado nível cultural, foi cair numa roubada ideológica daquela. Mas talvez seja mesmo verdade, que uma mentira bem contada, e depois repetida muitas vezes, tem grande chance de tornar-se VERDADE, e em algumas ocasiões, em verdade quase absoluta. Como a di reita não tem projeto para o país, a não ser usar desses expedientes políticos da pior qualidade, que é a desqualificação do adversário, ainda resta alguma esperança, ou seja, preparar-se a contento, para o combate, para uma espécie de luta de classes na teoria, e desmascar a direita sempre que possível. Já que não dispomos das armas da crítica que, por princípio, não são convenientes, usemos da crítica das armas. É o que estou tentando, muito modestamente, fazer.
LEIAM E PENSEM
Texto escrito pelo meu Tio, Ciro, por causa de conversas com outras pessoas. Alguns deles foram mandados para a FOLHA DE SÃO PAULO:
"Dizer que a alternância do poder político é bom, é necessário, soa quase como um truismo, já que qualquer regime político, só é democrático, na medida que SUPÕE essa alternância. E exatamente é esse, o caso brasileiro, isto é, um regime democrático, pelo menos na esfera política, com eleições livres e direta para cargos executivos, como a presidência, a cada quatro anos, com a possibilidade de reeleição apenas uma vez consecutiva para os cargos executivos. É bom lembrar, que no caso brasileiro, pelo menos no atual momento, o estatuto da alternância não está correndo o menor risco, já que estamos passando, por absoluta normalidade e legalidade democrática, com todas as regras do regime político em vigor, e monitoradas pelo TSE. É bom lembrar ainda, que a questão da alternância como bandeira política, é mais pertinente, quando se está vivendo sob regimes dit atoriais. O que não é, repito, em absoluto, o caso do Brasil. Portanto defender a alternância de poder na atual conjuntura política, apenas por princípio, soa um tanto estranho, porque é como não se pudesse, pelo menos dar alguma chance ao eleitor de julgar determinado governo, a chance do eleitor poder aprovar ou não determinado governo. Dessa forma, não deveria haver, por sua vez, nem mesmo a reeleição, e quem sabe, quiçá, a própria eleição. Pois como o princípio maior, que rege um estado, por aquele ponto de vista, seria a alternância de poder, isto é, a alternância pela alternância, não deve caber mais ao eleitor, de acordo com aquele princípio, repito, decidir sobre o destino do estado anymore. Pois, se porventura, déssemos essa chance ao eleitor, o sistema político correria o risco de, segundo a vontade livre e majoritária do eleitor, dar continuidade a algum projeto político de um determinado governante, ou grupo político, uma co ligação de partidos, etc., COISA ESSA, que bagunçaria, por completo aquele princípio da alternância pela alternância. Portanto, se é dado pela legislação em vigor, ao eleitor o poder, de pelo voto livre, demonstrar a sua vontade soberana, o resultado será sempre IMPREVISÍVEL, porque pode sair vitorioso, tanto a situação como a oposição. Não são favas contadas aquela alternância, compreende? Não é certo que B irá substituir a A. No caso brasileiro, poderia apresentar inúmeros exemplos, mas vamos ficar apenas com o caso do estado de São Paulo, onde o governo tucano já governa lá há dezesseis anos consecutivos, e agora com a presente eleição de 2010, serão mais quatro anos, perfazendo um total de vinte anos de governo tucano, apenas num estado, e não se pode fazer nada para impedir isso, porque foi a vontade dos eleitores paulistas, e dessa maneira não foi possível haver nenhuma alternância. Por essa razão, veja como é complicado, essa coisa d e defender determinado princípio ou tese em abstrato, sem nenhuma conexão com a conjuntura, o contexto e a realidade. Voltando aos tucanos, nunca é demais lembrar, que o projeto de poder original, que os mesmos tinham para o país, também seria de no mínimo vinte anos no governo central, exatamente igual ao que eles estão ocupando na esfera estadual. Vinte anos de paulistério, porque o tucanato é e foi estruturado em Sampa, não é mais como na república velha, onde eles dividiam o poder com a república das minas gerais, a conhecida política do café com leite. Infelizmente pra eles, os tucanos, alguma coisa não fluiu como esperado, alguma coisa deu errado com o governo de oito anos deles, que fez com que o povo rejeitasse, apesar de todo o terrorismo político realizado durante a campanha política de 2002. Dizia-se até, caso Lula fosse eleito, que o Brasil viraria uma Argentina, que passava por uma terrível crise econômica. Imperava e passava-se um clima d e medo para a população, utilizando para esse objetivo, de atores e atrizes famosas, como foi o caso de Regina Duarte, lembra-se? HOJE, passados esses anos todos, podemos dizer com segurança, que o governo fhc, sucateou as universidades federais, arroxou os salários dos professores concursados, provocando um êxodo muito grande de doscentes, terceirizou-se o ensino e outras funcões e carreiras públicas, com enorme prejuízo na prestação dos serviços públicos à população carente, que é a que mais precisa dos serviços públicos. Tudo isso vinha no bojo do objetivo de reduzir o tamanho do estado, o chamado neo-liberalismo, que só podia se dar apenas na esfera econômica, porque a esfera política era um feudo, como acima, um projeto de vinte anos de poder. Fez-se a privatização de empresas públicas, usando o critério de aos amigos tudo, inclusive recursos do BNDES, aos inimigos nada, a ponto de numa conversa telefônica grampeada na época, o ministro Men donça de Barros dizer, que era uma temeridade fazer a privatização daquela maneira. O outro objetivo com as privatizações, seria reduzir o tamanho da dívida, e o resultado, pelo menos no que tange à dívida interna, multiplicaram-na por dez. Não havia quase crédito na praça, apenas os mais ricos podiam financiar a compra de imóveis e outros bens de consumo durável. A compra da casa própria para gente de baixo poder aquisitivo, não existia desde que faliram com o BNH. O salário mínimo, que era mínimo literalmente, não podia subir porque quebraria com previdência social, esse era um mantra por demais repetido ad nauseum. O país não crescia, e a desigualdade, que com o Real, havia melhorado um pouco, quer dizer, feito umas cosquinhas de nada na miséria, depois acomodou-se e acabou estagnando-se. Conforme foi se aproximando o fim do governo fhc e, com as enormes transferências de recursos públicos para os mais ricos, com o pagamento do aumento de jur os, as privatizações via BNDES, que como sabemos, as transferências de recursos do BNDES foi as escâncaras, a DESIGUALDADE E A INJUSTIÇA SOCIAL só fez aumentar. Distribuia-se recursos para determinados grupos econômicos e até mesmo indivíduos, poderem adquirir empresas e bancos estatais, sob critérios secretos e nada nada transparentes. Enfim, a lista de casos e exemplos são quase infinitos, prefiro, portanto, parar por aqui e deixar ao seu critério particular, fazer o juízo que desejar."
Ciro Alves da Silva.
"Dizer que a alternância do poder político é bom, é necessário, soa quase como um truismo, já que qualquer regime político, só é democrático, na medida que SUPÕE essa alternância. E exatamente é esse, o caso brasileiro, isto é, um regime democrático, pelo menos na esfera política, com eleições livres e direta para cargos executivos, como a presidência, a cada quatro anos, com a possibilidade de reeleição apenas uma vez consecutiva para os cargos executivos. É bom lembrar, que no caso brasileiro, pelo menos no atual momento, o estatuto da alternância não está correndo o menor risco, já que estamos passando, por absoluta normalidade e legalidade democrática, com todas as regras do regime político em vigor, e monitoradas pelo TSE. É bom lembrar ainda, que a questão da alternância como bandeira política, é mais pertinente, quando se está vivendo sob regimes dit atoriais. O que não é, repito, em absoluto, o caso do Brasil. Portanto defender a alternância de poder na atual conjuntura política, apenas por princípio, soa um tanto estranho, porque é como não se pudesse, pelo menos dar alguma chance ao eleitor de julgar determinado governo, a chance do eleitor poder aprovar ou não determinado governo. Dessa forma, não deveria haver, por sua vez, nem mesmo a reeleição, e quem sabe, quiçá, a própria eleição. Pois como o princípio maior, que rege um estado, por aquele ponto de vista, seria a alternância de poder, isto é, a alternância pela alternância, não deve caber mais ao eleitor, de acordo com aquele princípio, repito, decidir sobre o destino do estado anymore. Pois, se porventura, déssemos essa chance ao eleitor, o sistema político correria o risco de, segundo a vontade livre e majoritária do eleitor, dar continuidade a algum projeto político de um determinado governante, ou grupo político, uma co ligação de partidos, etc., COISA ESSA, que bagunçaria, por completo aquele princípio da alternância pela alternância. Portanto, se é dado pela legislação em vigor, ao eleitor o poder, de pelo voto livre, demonstrar a sua vontade soberana, o resultado será sempre IMPREVISÍVEL, porque pode sair vitorioso, tanto a situação como a oposição. Não são favas contadas aquela alternância, compreende? Não é certo que B irá substituir a A. No caso brasileiro, poderia apresentar inúmeros exemplos, mas vamos ficar apenas com o caso do estado de São Paulo, onde o governo tucano já governa lá há dezesseis anos consecutivos, e agora com a presente eleição de 2010, serão mais quatro anos, perfazendo um total de vinte anos de governo tucano, apenas num estado, e não se pode fazer nada para impedir isso, porque foi a vontade dos eleitores paulistas, e dessa maneira não foi possível haver nenhuma alternância. Por essa razão, veja como é complicado, essa coisa d e defender determinado princípio ou tese em abstrato, sem nenhuma conexão com a conjuntura, o contexto e a realidade. Voltando aos tucanos, nunca é demais lembrar, que o projeto de poder original, que os mesmos tinham para o país, também seria de no mínimo vinte anos no governo central, exatamente igual ao que eles estão ocupando na esfera estadual. Vinte anos de paulistério, porque o tucanato é e foi estruturado em Sampa, não é mais como na república velha, onde eles dividiam o poder com a república das minas gerais, a conhecida política do café com leite. Infelizmente pra eles, os tucanos, alguma coisa não fluiu como esperado, alguma coisa deu errado com o governo de oito anos deles, que fez com que o povo rejeitasse, apesar de todo o terrorismo político realizado durante a campanha política de 2002. Dizia-se até, caso Lula fosse eleito, que o Brasil viraria uma Argentina, que passava por uma terrível crise econômica. Imperava e passava-se um clima d e medo para a população, utilizando para esse objetivo, de atores e atrizes famosas, como foi o caso de Regina Duarte, lembra-se? HOJE, passados esses anos todos, podemos dizer com segurança, que o governo fhc, sucateou as universidades federais, arroxou os salários dos professores concursados, provocando um êxodo muito grande de doscentes, terceirizou-se o ensino e outras funcões e carreiras públicas, com enorme prejuízo na prestação dos serviços públicos à população carente, que é a que mais precisa dos serviços públicos. Tudo isso vinha no bojo do objetivo de reduzir o tamanho do estado, o chamado neo-liberalismo, que só podia se dar apenas na esfera econômica, porque a esfera política era um feudo, como acima, um projeto de vinte anos de poder. Fez-se a privatização de empresas públicas, usando o critério de aos amigos tudo, inclusive recursos do BNDES, aos inimigos nada, a ponto de numa conversa telefônica grampeada na época, o ministro Men donça de Barros dizer, que era uma temeridade fazer a privatização daquela maneira. O outro objetivo com as privatizações, seria reduzir o tamanho da dívida, e o resultado, pelo menos no que tange à dívida interna, multiplicaram-na por dez. Não havia quase crédito na praça, apenas os mais ricos podiam financiar a compra de imóveis e outros bens de consumo durável. A compra da casa própria para gente de baixo poder aquisitivo, não existia desde que faliram com o BNH. O salário mínimo, que era mínimo literalmente, não podia subir porque quebraria com previdência social, esse era um mantra por demais repetido ad nauseum. O país não crescia, e a desigualdade, que com o Real, havia melhorado um pouco, quer dizer, feito umas cosquinhas de nada na miséria, depois acomodou-se e acabou estagnando-se. Conforme foi se aproximando o fim do governo fhc e, com as enormes transferências de recursos públicos para os mais ricos, com o pagamento do aumento de jur os, as privatizações via BNDES, que como sabemos, as transferências de recursos do BNDES foi as escâncaras, a DESIGUALDADE E A INJUSTIÇA SOCIAL só fez aumentar. Distribuia-se recursos para determinados grupos econômicos e até mesmo indivíduos, poderem adquirir empresas e bancos estatais, sob critérios secretos e nada nada transparentes. Enfim, a lista de casos e exemplos são quase infinitos, prefiro, portanto, parar por aqui e deixar ao seu critério particular, fazer o juízo que desejar."
Ciro Alves da Silva.
PUBLICADO NO JORNAL DE ECOMONIST
VALE A PENA LER, se bem que alguns ítens da lista abaixo, já estão defasados, como por exemplo: o salário mínimo pelo último câmbio do dólar à 1,70, seria 300 dólares; as reservas já perfazem mais do que 280 bilhões de dólares; o crédito disponível ao consumidor já ultrapassou os 45% do PIB, ou seja saímos de um patamar de algo em torno de 400 bilhões de reais em 2002 para algo como 1,6 trilhões de reais, não é pouco, não é mesmo? E tem a perspectiva de crescimento; E para concluir foram disponibilizados até o presente momento, mais de 14 milhões de empregos com carteira, segundo os dados do CAGED, e a previsão até o final de 2010 será ultrapassar os 15 milhões de empregos, e não os 11 milhões da lista abaixo. Abraço a todos mais uma vez, é preciso ficar atento e forte, como cantava Gal nos anos setenta.
Ciro Lourenço.
PUBLICADO NO JORNAL THE ECONOMIST
The Economist publicou!
| Nos tempos de FHC | Nos tempos de LULA | |
Risco Brasil | 2.700 pontos | 200 pontos | |
Salário Mínimo | 78 dólares | 210 dólares | |
Dólar | Rs$ 3,00 | Rs$ 1,78 | |
Dívida FMI | Não mexeu | Pagou | |
Indústria naval | Não mexeu | Reconstruiu | |
Universidades Federais Novas | Nenhuma | 14 | |
Extensões Universitárias | Nenhuma | 45 | |
Escolas Técnicas | Nenhuma | 214 | |
Valores e Reservas do Tesouro Nacional | 185 Bilhões de Dólares Negativos | 160 Bilhões de Dólares Positivos | |
Créditos para o povo/PIB | 14% | 34% | |
Estradas de Ferro | Nenhuma | 3 em andamento | |
Estradas Rodoviárias | 90% danificadas | 70% recuperadas | |
Industria Automobilística | Em baixa, 20% | Em alta, 30% | |
Crises internacionais | 4, arrasando o país | Nenhuma, pelas reservas acumuladas. | |
Cambio | Fixo, estourando o Tesouro Nacional. | Flutuante: com ligeiras intervenções do Banco Central | |
Taxas de Juros SELIC | 27% | 11% | |
Mobilidade Social | 2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza | 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza | |
Empregos | 780 mil | 11 milhões | |
Investimentos em infraestrutura | Nenhum | 504 Bilhões de reais previstos até 2010 | |
Mercado internacional | Brasil sem crédito | Brasil reconhecido como investment grade |
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