segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO COMO ARMA POLÍTICA

Mais uma do meu Tio Ciro Alves da Silva:

A DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO COMO ARMA POLÍTICA

É curioso como a direita faz política no Brasil. Como uma parte da elite social, é obrigada a ter que participar da vida política, para, pelo menos, poder assegurar e manter alguns dos seus imensos privilégios; e, como não pode, evidentemente, revelar, exteriorizar essas reais intenções para a sociedade, pois seria um suicídio eleitoral na certa. Essa mesma direita, através dos seus representantes, legais e ilegais, composta por toda a sorte de ideólogo, conhecidos como formadores de opinião entre aspas, constituídos por jornalistas, cientistas sociais e outros, devido àquelas REAIS INTENÇÕES, que, como afirmei atrás, se reveladas seria o suicídio eleitoral, fica meio numa sinuca de bico, sem ter O QUÊ apresentar como conteúdo, que tivesse ao menos, uma pálida aparência de um projeto político para o país, um arcabouço, que fosse, de como resolver os enormes desafios e problemas nacionais. Dessa forma, a ausência de um projeto macro político, trás para a campanha da direita uma enorme lacuna, difícil de lidar e difícil de resolver. E como a direita resolve esse dilema? Na verdade, não resolve, ela contorna o problema, ela o tangencia. E como isso é feito? Muito simples, disposta a fazer qualquer coisa, para assegurar, manter e ampliar os seus privilégios, a direita dirige todas as suas baterias, armas e ferramentas, em direção ao seu(s) adversário(s) de ocasião. A primeira arma e em algumas ocasiões, bastante eficaz, é a arma da DESQUALIFICAÇÃO DO ADVERSÁRIO, que as vezes funciona muito bem, outras nem tanto, depende da conjuntura, e quando funciona costuma causar grandes estragos ao adversário. É o caso, por exemplo, da questão do DESPREPARO DA CANDIDATA Dilma, e outros exemplos, já são tantos na atual campanha. A questão do aborto, é outro exemplo digno de ser citado, porque a di reita plantou essa questão entre os evangélicos e, de certo modo, deu resultado, atingiu os objetivos desejados, já que levou a eleição para o segundo turno. É a tática de plantar um boato maldito contra um adversário, repetí-lo e reproduzí-lo até à exaustão, e depois aguardar os resultados, esperar pra ver, que bicho vai dar. É legítimo dar um nome a essa prática política, não é outra coisa que, TERRORISMO POLÍTICO, ou seja, criar pânico e alarme entre a população, visando determinados objetivos políticos. Sobre a questão do despreparo da candidata Dilma, algum cronista político comenta num artigo de jornal, revista ou entrevista na tv, que a candidata y não é preparada. Em seguida, outro "formador de opinião", citando aquele cronista, repete o mesmo comentário, e assim, a coisa vai fluindo, vai aumentando, adquirindo vida própria, vai atraindo outros atores sociais para aquela posição. E  de repente, aquilo cola como etiqueta de preç o em mercadoria de supermercado, passa a fazer parte da personagem, como um carimbo, um clichê, escuta-se o nome daquele personagem, e logo aparece na mente aquela idéia maldita. Bem, o estrago está feito, praticamente não tem mais jeito, porque é como se você levasse o adversário para as cordas do ringue, a ele não resta outra opção, que não seja, ficar na auto-defesa, durante o tempo quase todo, e é aí, que vem o desgaste devastador. Dizem que à essa influência, praticamente ninguém escapa, nem mesmo aqueles, que se consideram conscientes. Isso me faz voltar aos anos trinta da Alemanha nazista, todo mundo alguma vez já deve ter-se feito a pergunta, de como uma população tão educada, com elevado nível cultural, foi cair numa roubada ideológica daquela. Mas talvez seja mesmo verdade, que uma mentira bem contada, e depois repetida muitas vezes, tem grande chance de tornar-se VERDADE, e em algumas ocasiões, em verdade quase absoluta. Como a di reita não tem projeto para o país, a não ser usar desses expedientes políticos da pior qualidade, que é a desqualificação do adversário, ainda resta alguma esperança, ou seja, preparar-se a contento, para o combate, para uma espécie de luta de classes na teoria, e desmascar a direita sempre que possível. Já que não dispomos das armas da crítica que, por princípio, não são convenientes, usemos da crítica das armas. É o que estou tentando, muito modestamente, fazer.

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