sábado, 16 de abril de 2011

Transitoriedade centrípeta.

Nunca fui de contar o tempo
Sempre quis descobri-me envelhecido
às custas da umidade de minha pele
e da gradativa falta de bilho nos olhos.

Rego as flores para que elas sobrevivam
ao calor exuberante que flutua
no asfalto da rua lá embaixo.
Rego as flores que nascem 
no asfalto da rua lá embaixo.

Nego que o asfalto da rua lá embaixo tenha dado a flor que vi nascer.

Sinto uma súbita novidade invadindo-me
em pequenas doses
do tamanho de cubos de açúcar
– daqueles que colocamos no café –.

A novidade é doce.
A vontade é insone.
O leite foi derramado
e o teremos de lamber no chão
para sentir o gosto do mundo.

Agora já sinto o rosto
e o vento atravessando-o.
Agora ja sinto o gosto
e o tento esconder da minha boca.
Caminho pelas ruas do descontentamento
como um fugitivo que volta à cidade que o subjulgou
depois de anos.

Tento obnubilar pessimismos
inocentemente confiantes de si
- os que pretendem dedicar-se a desacreditar a vida -
e me choco com a impreterível realidade
da invalidez das tentativas ousadas
do cerne da minha questão.

Dei-me em carne e sangue
e o faria o quanto fosse necessário
se isso fizesse com que eu repetisse
tudo de novo.

2 comentários:

  1. ...traigo
    sangre
    de
    la
    tarde
    herida
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    COMPARTIENDO ILUSION
    JOAO ARTHUR

    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...




    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CARROS DE FUEGO, MEMORIAS DE AFRICA , CHAPLIN MONOCULO NOMBRE DE LA ROSA, ALBATROS GLADIATOR, ACEBO CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER ,CHOCOLATE Y CREPUSCULO 1 Y2.

    José
    Ramón...

    ResponderExcluir
  2. José, agradeço do fundo deste instante de coincidências em que acabo de ler tuas palavras em tão bela língua latino-americana que é a sua e a minha!

    Salve!!!

    ResponderExcluir