sábado, 28 de maio de 2011

Desatino: às vésperas do escárnio interior.

Me faltam lenitivos
para apascentar a calmaria
doutrinada pelo incômodo
da incerteza
Me faltam irrisórias
noites de percepção
da minha própria
falta de seriedade para com
os mandamentos do mundo
que se diz como o é
Me calam austeros
paradigmas da existência,
dizendo que o fazem
por pura preocupação com o outro
Distorce-se realidade em
sonhos comprados em brechó
por pura carência
de atualidade a qual se pode idolatrar
Vende-se pés descalços
como se fossem brinquedos
para evitar desabrochar
a espontaneidade escondida em cada calo
Lavam as mãos aqueles que tem
sob as unhas
sangue barato de homens puros.

Há de se concordar que
Desanuviar as lamúrias do mundo
E defender os olhos dos que ainda choram
Nada resolve se feito de dentro pra fora.

É preciso algumas janelas abertas
Para entrar ar
Mas também é preciso
Fogo para proteger o corpo
Afinal, bicho acuado se encolhe por instinto.
E vento frio nos encolhe por natureza.

Eu visto uma camisa de cambraia e me aqueço
Sob a chama de desilusão...
Era eu...
Aquém do que deveria ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário