quarta-feira, 23 de junho de 2010

Do papel em branco poetas fazem parir poesias.
Escrevo por não saber o que fazer, assumindo, talvez, a inutilidade de tantos pensamentos frios e calculadamente engenhados por um escravo da dúvida.
Andar entre tantos rostos conhecidos e não me reconhecer em nenhum
Foi o jeito que arranjei de me refugiar de mim.
Fiz de meu diário um caleidoscópio tipográfico.
Tantos ruídos de passos.
Tantos sorrisos impensados.
Conheço mais a eles do que a mim.
Escreveria uma tese sobre eles mas não consigo terminar a primeira frase de minha biografia.
De que adianta tanto ponderamento, crítica, questionamento,se meus ativismos só satisfazem a mim?
Toda arte é feita para quem a está esperando pra ver.
Não há sem quem não a veja.

Começo a duvidar das minhas lentes,  com a justificativa rigorosa de querer ser criador e criatura ao mesmo tempo. Criador e obra.


2 comentários:

  1. Somos todos criadores de diversas obras. Somos obra de tantos outros que se inspiraram.
    Somos causa, motivo e consequencia. Tudo em um só. Vendo desse ponto de vista, somos multifacetados. E a sua resposta para tantas dúvidas vem por vir, naturalmente. Continue criando e vivendo a sua obra.

    Obs: Se o leite derramou, que ele fique por lá. Assim posso olhar pra ele sempre que eu quiser e ter a certeza de que não me arrependo de tê-lo feito derramar. Assim como muitos outros, o leite derramou, ficou lá e o que importa é fazer o agora.

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  2. "Toda arte é feita para quem a está esperando pra ver.
    Não há sem quem não a veja."

    genial

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