segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tenho fobia de sala de aula. Não consigo me moldar na cadeira que me compraram para sentar. Não agüento ouvir os brados dos professores atrasados na própria época que arranjam maneiras de tornar tragável o ar mofado do quadro “negro”. Cheirar o pó do giz e descer as escadas ouvindo lamentos disfarçados de conversas interessantes, nas universidades. Tenho fobia de sala de aula. Prefiro os devaneios sem sentido dos moradores das boemias de bares de esquina ao comodismo pragmático dos homens escolarizados, robotizados. Quero a mentira orgânica, o erro verdadeiro, o não-eu, o não-nós, nosso. A memória vazia de estigmas antigos e o veneno doce do escorpião que pica o próprio corpo pra provar que não tem sangue de barata.

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