segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Cocar


Achei no fundo do meu armário
Uma pena
Uma pena que parou de voar
Pintada com cores do poente
Bronzeada por um sol tropical
Pousou em areias
Banhadas por águas da guanabara
Trazida pela brisa do oriente
Foi nomeada em lingua "Tupiniquim"
Uma pena agora manchada pelo tempo
Desgastada de cimento
Viciada pelo esquecimento
Que escreve em tintas vermelhas do sangue da sua árvore
(Aquela, genealógica? Pode ser.)
Sobre suas heranças e descendências
Uma pena que parou
Mas não esqueceu como se voa
E sempre decola em sua canoa
Quando é achada no fundo de cada armário


"Quando somos crianças aprendemos a colocar a mão na boca para gritar que nem índios. Quando crescemos, colocamos a mão na boca para bocejar."

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