terça-feira, 27 de abril de 2010

Alarme

Diante das folhas secas do outono
Meus moinhos de vento pulverizam-se
No ar quente que esfria lá fora

Diante da folhas secas do outono
Meu ar quente se pulveriza
Nos frios moinhos de vento

Ele toca
Toca
Toca
...Está na hora...
Cala a boca.

Diante do frio seco do outono
Minhas folhas caem num balé sincronizado
Secando o asfalto molhado
Das águas passadas de outra estação

Diante do chão seco do outono
A fria pintura que aparece na minha janela
Esquenta meus desejos,
Acalenta teus anseios

Diante das árvores nuas do outono
Penduro enfeites de natal
Cubro-me nú com seu sono
Deitado em nossa cama de casal

Diante da cama quente do outono
Contemplo a nudez ingênua
A minha sala pequena
De onde te vejo: o sol

Deitado ao lado da minha morena
No frio seco da paisagem da estação
As folhas secas caem pequenas
Os moinhos de vento giram, e (pelo menos)
Eu acordo, caio, e não passo do chão.

Ele continua tocando
Eu acordei, levantei
E esqueci de desligar.

3 comentários: