Na arrastada noite de primavera
de hoje
passarinhos não cantam mais.
Da janela do meu quarto
mil luzes acesas me provam
que se faz dia a qualquer hora.
Pessoas esperando algo.
Acontecimentos que perderam a hora do trem
e não chegam nunca.
Pessoas aprendendo a conviver
com o tédio
noturno.
Passarinhos dormindo.
Pessoas dormindo
acordadas,
sonhando
acordadas,
acordando
acordadas.
Passarinhos dormindo.
Até o que está preso na minha gaiola
e teima em fingir que não ouve o
barulho do teclado.
Soltei. Na esperança de que ele acorde e voe.
Ele o fez.
Agora espero alguém
pra abrir a porta de casa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho que vivemos a margem da espera que nunca cessa pelo que se segue, o último trem antes da meia noite, a mascará colorida confeccionada às pressas pra quarta feira de cinza, a vividez laranja daquele fogo que persiste em seguir ardendo em meio as cinzas. Seja como for, e por ainda poder se dizer como for, seguimos esperançosos.
ResponderExcluirAdorei seu blog, parabéns!
Obrigado por completar minhas palavras com seu belíssimo comentário!!
ResponderExcluirDigo o mesmo a você, ainda que com atraso... Só vi seu comentário no meu hoje, acredita? To presa na gaiola da rotina, sem tempo pra nada! haha
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